terça-feira, 13 de julho de 2010

Clamor na escuridão




Absorvido na imensidão da implacável solidão.
Submerso em meus próprios pensamentos sombrios.
Lembranças de um passado obscuro, marcado pela tristeza que me consome,
Lembranças que ficaram como feridas na alma.
O silêncio depressivo no ar, em uma noite gélida e melancólica, onde se ouve as batidas do meu coração, e o triste canto do vento...
...Como se fosse o grito de uma alma atormentada... Compondo assim, uma sonância fúnebre de mais uma noite solitária.
Terrores noturnos assolam a minha mente, deixando-me em uma brutal agonia.
As lágrimas embaçam as retinas, lágrimas que transbordam de uma alma angustiada.
Deitado em um lugar privado da luz, com o coração afogado em mágoas, sentindo o abraço forte do “demônio azul”...
Permitindo que as sombras envolvam, deixando meus olhos se acostumem com a escuridão... E alma com a solidão...
Trajando sempre preto, para que o corpo expresse o luto de uma alma morta.
Em meio às sombras, clamei em alta voz por misericórdia, o meu grito agonizante emergiu da escuridão, fendendo o silêncio e chegando ao Poderoso Deus...
Uma luz feriu mortalmente as trevas...
Morte, tristeza, desespero, medo...
Fugiram da intensa luz.
Como insetos que fogem, quando levantamos uma pedra onde se abrigavam.
A luz inundou o meu ser.
Uma sombra levantou-se por detrás de mim, uma presença tão doce e tranqüila, uma paz maravilhosa...
Que curou as chagas de minha alma, finalizando a minha angústia...
Sim, estou na Sombra...
Na sombra do Onipotente!
Sanctus

domingo, 11 de julho de 2010

Noite no Jardim


Encontro-me em meio ao jardim.

Densas trevas me cercam trevas que chegam as ser palpáveis.

Um silêncio sepulcral e mórbido em que se ouve ao longe o canto melancólico de um pássaro noturno.

A angustia de morte, assola a minha alma,

Copiosas lagrimas molham o meu rosto;

O terror oprime o meu coração, sabendo do futuro que me espera...

...Beber do tolteante cálice da Morte.

A angustia mortal intensificou-se de tal modo, que de meus poros brotarem sangue.

Por causa do temor pensei em hesitar, de provar o glacial ósculo da Morte.

Mas a chama de Amor que me consome é maior que os meus temores.

As nuvens dissiparam, revelando a Dama da Noite, ferindo as trevas com seu luar; revelando uma sombria silhueta.

Em que emergia vozes de desencorajamento.

Pedi forças ao Pai.

Mas não obtive respostas... Silêncio que feriu meu coração...

Alem do vale de sofrimento e solidão enxerguei um caminho de sangue, em que levava os homens ao meu Pai.

A chama do infinito Amor intensificou-se, o calor e a luz dissipou as sombras, e com ela a angustia e o medo.

A noite no jardim é finda com um beijo antecedendo a traição.

Sanctus